Exposição do Cavalo Mangalarga deve movimentar R$ 20 milhões

Entre os dias 13 e 23 de julho será realizada, no Parque Bolivar de Andrade (Parque da Gameleira), em Belo Horizonte, a 35ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador. O evento deve movimentar cerca de R$ 20 milhões em negócios nos leilões, shoppings de animais e vendas diretas entre os criadores.

Aproximadamente 1.800 animais, incluindo os de pista, esporte e para remate, advindos de todas as regiões do País participam da exposição, que deve receber mais de 150 mil visitantes. Essa edição celebra os 67 anos de atuação da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM).

De acordo com o Estudo do Complexo do Agronegócio Cavalo, realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor de cavalos movimenta R$ 7,3 bilhões ao ano e emprega 3,2 milhões de pessoas entre diretos e indiretos.

“Para se ter uma ideia da dimensão do negócio, o setor do cavalo representa seis vezes o que emprega a indústria automobilística no País”, comenta Daniel Borja, presidente da ABCCMM. O Brasil possui o terceiro maior rebanho equino do mundo, com 5,9 milhões de cabeças.

A raça Mangalarga Marchador possui um plantel de 600 mil cabeças no País. Somente Minas Gerais corresponde a quase metade desse número. A ABCCMM possui 12 mil associados, com 67 núcleos no Brasil e também em países como a Alemanha, Itália, Estados Unidos e Argentina.

“Esse é um negócio em que a crise do País não impacta muito. Apesar do momento político e econômico que o Brasil atravessa, a raça Mangalarga Marchador tem boa projeção”, comenta Daniel Borja. E acrescenta. “A entrada média de 900 criadores/ano é um dado relevante e que expressa esse crescimento”.

O valor de um Mangalarga Marchador pode variar muito, de acordo com a linhagem e títulos do animal. Animais para cavalgadas podem ser adquiridos, por exemplo, pelo mesmo preço de uma motocicleta. E um animal de elite, voltado para reprodução, pode chegar a R$ 2 milhões.

O número de leilões e de negócios também é bem expressivo. Somente no ano passado, o Mangalarga Marchador movimentou, em 211 leilões chancelados pela ABCCMM, recursos da ordem de R$ 86, 7 milhões, com a venda de 4.193 produtos, entre animais, embriões, óvulos e coberturas. A média por produto girou em torno de R$ 20.697,97.

A expectativa para esse ano também é positiva, mesmo em época de crise. Até o dia 24 de junho de 2016, com base nos mapas encaminhados ao setor financeiro da associação, já haviam sido computados 89 leilões com a chancela da entidade. O total arrecadado com os pregões é da ordem de R$ 36,5 milhões, com a venda de 1.988 produtos, entre animais, embriões, óvulos e coberturas.

Para dar continuidade e alavancar o know how no setor, a ABCCMM investe pesado em capacitação técnica e incentivo através do Projeto Mangalarga Marchador para Todos. Somente nos últimos seis anos, a entidade computa número expressivo de 10.902 alunos e 490 cursos. De fevereiro a maio deste ano, 841 já se formaram.

A raça – O cavalo Mangalarga Marchador é uma raça brasileira, proveniente do Sul de Minas Gerais, fruto do cruzamento de cavalos Álter, de origem portuguesa, com éguas selecionadas para sela. Ela teve expressiva influência na história brasileira ao participar de todos os ciclos econômicos.
Docilidade, comodidade, beleza e rusticidade são características que ganharam a simpatia da maioria dos criadores de cavalos no Brasil e contribuíram para a formação da maior raça da América Latina. (Com informações da ABCCMM)

Fonte: Diário do Comércio Caderno Agronegócio. Edição 23.157 de 01/07/2016.

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