Agronegócio: Cafés Especiais

Apesar das chuvas terem afetado as regiões produtoras de café do sul de Minas, ocorrendo no período da colheita, com consequente redução da oferta de grãos especiais, certo é que a demanda mundial por este tipo de produto continua crescente, com incremento anual da ordem de 10% (dez por cento), o que contribuirá para a sustentação dos preços.

A equação já é conhecida: menor oferta, maior valorização da saca de café.

Segundo Adolfo Henrique Vieira Ferreira, Presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), havia expectativa de uma safra maior e de alta qualidade, mas as chuvas “interferiram nos planos”. E continua: “As precipitações ocorreram por uma temporada longa em um período crítico, que é a fase de colheita dos grãos. O fator climático não vai inviabilizar a produção, mas vamos disponibilizar menor quantidade de cafés especiais para um mercado que vem crescendo continuamente”, explicou.

È importante apontar que os principais países importadores do café de alta qualidade são os Estados Unidos, seguido pela Europa e Japão.

De acordo com os dados da Associação, a produção de café arábica especial brasileiro corresponde a 20% da produção total do café arábica, que, segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), será de 40,3 milhões de toneladas. Minas Gerais é o principal produtor, com um volume total de 28,1 milhões de sacas. Em 2015, o Brasil produziu 6,5 milhões de sacas de cafés especiais, sendo o Sul de Minas Gerais a região com maior produção.

A quebra de safra, por certo, não afetará o bom ânimo dos produtores, que estão comprometidos com os investimentos na produção do grão diferenciado, o que agrega valor e contribui para o planejamento futuro da produção.

Ainda com a palavra o Presidente da BSCA, e que deve servir de incentivo para aqueles que pretendem investir em cafés diferenciados: “Nós, da BSCA, apesar do ano atípico, continuamos muito animados e engajados na campanha de promover e valorizar o café especial do Brasil. O Brasil é o único País capaz de atender a demanda mundial crescente pelos cafés especiais. O produtor brasileiro já descobriu que é possível produzir café de qualidade e vem buscando novas tecnologias para ofertar ao mercado esse produto e agregar valor. A medida que se investe em tecnologia e procura aprimorar, o cafeicultor aumenta a qualidade como um todo, desde o café mais baixo até o padrão alto. Com isso, agrega qualidade e valor como um todo”.

Fonte: Diário do Comércio. Caderno Agronegócio, p. 12. Edição nº 23.165, de 13/07/2016.

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